Um artigo publicado por Emma Marris (Nature Magazine on August 15,2023), relata que Maui está se recuperando dos incêndios florestais que devastaram a ilha havaiana na semana passada. Eles tiraram mais de 100 vidas e causaram mais de US$ 5,52 bilhões em danos. Os incêndios pegaram os cientistas de surpresa? Como o Havaí pode se proteger desses desastres no futuro?
Incêndios florestais não são novidade no Havaí. Lahaina, onde ocorreu o incêndio mais letal em 8 de agosto, significa 'sol cruel' em havaiano; esta parte de Maui sempre foi quente e seca.
Os três ingredientes principais de um incêndio florestal são combustível, secura e uma fonte de ignição. O principal combustível do Havaí é a grama, que proliferou em antigas áreas agrícolas à medida que a economia mudou da pecuária e do cultivo de açúcar e abacaxi para o turismo. Quando as gramíneas secas queimam, elas podem levar o fogo para áreas florestais, que tendem a se transformar em pastagens após o incêndio, em um ciclo que se autoperpetua.
A secura necessária para os incêndios florestais veio das secas, que estão “durando mais e ficando mais severas” no Havaí, de acordo com o climatologista Frazier (Clark University), que estudou como os padrões de chuva mudaram nas ilhas no século passado. As temperaturas aumentaram devido às mudanças climáticas, que secam a vegetação mais rapidamente.
A fonte de ignição para os incêndios na ilha na semana passada ainda não é conhecida, embora uma possibilidade seja faíscas de linhas de energia derrubadas ou outros sistemas elétricos.
O que está claro é que os ventos fortes do furacão Dora, a apenas 500 milhas da costa, teriam ajudado a transformar incêndios localizados em um inferno em movimento rápido. Em 7 de agosto, Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA emitiu um alerta de bandeira vermelha para perigo de incêndio nas áreas de sotavento de todas as ilhas havaianas.
O que poderia ser feito para evitar desastres no futuro? Entre outras ações, o relatório do Condado de Maui de 2021 indica que a ilha enfatizasse a prevenção da ignição por meio da educação pública e do combate às gramíneas que servem de combustível para muitos incêndios havaianos.
O documento pediu um “plano agressivo para substituir essas fontes de combustível perigosas por plantas nativas para reduzir o combustível e aumentar a retenção de água”.
Kamelamela, uma nativa do Havaí, diz que o fato de as plantas em uma área serem nativas ou introduzidas é menos importante do que o cuidado com que a terra é cuidada. Antigamente, as pessoas que extraíam recursos de uma floresta também a limpavam, removendo a vegetação rasteira ou mesmo replantando plantas importantes. O interesse está aumentando entre muitos nativos havaianos e residentes do Havaí em reinvestir em formas tradicionais de agricultura e aquicultura.
Texto escrito pelo diretor executivo das empresas CARUSO, Francisco Caruso Jr. e compartilhado originalmente em seu LinkedIn.
Foto: Assessoria de imprensa / Governo do Havaí